Há menos de 140 dias para o Pan-americano do Rio de Janeiro, os preparativos e a emoção estão a mil por hora. Um dos esportes que mais atraem a atenção do público nos jogos é a ginástica, artística e rítmica. Outra modalidade do esporte vem surgindo no país e promete agradar. É a ginástica de trampolim, que utiliza performances acrobatas e de trapezistas de circo, com seus saltos realizados a partir do impulso da rede de segurança. Sua estréia como modalidade olímpica aconteceu nos Jogos de Sydney, na Austrália, em 2000. Sobre uma tela, geralmente de nylon, de 5m x 3m, o atleta salta até atingir cerca de 6m de altura e executa 20 elementos técnicos. Há também o trampolim sincronizado, em que atletas se apresentam em trampolins diferentes, mas executam os movimentos simultaneamente. As provas de ginástica acontecerão na Arena Olímpica do Rio e no Pavilhão 3 do Complexo Esportivo Riocentro, na Barra da Tijuca.A região Sul Fluminense tem seu representante no esporte e pode vir a ter bons frutos. O atleta é Bruno Marini, 19 anos, nascido em Barra Mansa, que pratica o esporte desde os quatro anos, mas não vai representar o Brasil no Pan. De acordo com Bruno, a sensação de ficar de fora é de incômodo. “É muito incômodo, pois você treina muito para conseguir a vaga. Ainda mais num evento importante como esse”, conta. Para Bruno, agora sua motivação é outra. “Agora minha motivação é a participação da abertura da ginástica de trampolim”, afirma. Bruno acredita que o esporte está no início. “A ginástica de trampolim não é muito conhecida no país, ainda, por isso temos certas dificuldades. Porem, continuo na luta e espero que no futuro possa colher frutos do meu esforço”, garante.Se depender de treinamento o atleta tem grande chances. Bruno, que faz faculdade de Educação Física, treina cerca de cinco horas por dia. “De manhã estou na faculdade, mas na parte da tarde treino e à noite ainda faço musculação”. Mesmo fora do Pan, Bruno espera bons resultados para o ano. “Este ano é importante, pois acontecem várias etapas da Copa do Mundo. Estou me dedicando para as etapas da Bélgica e da Bulgária. Em novembro vou participar do Campeonato Mundial Profissional no Canadá e espero conquistar medalhas para o Brasil”, deseja. Para o atleta, a grande revelação do Pan será a ginasta Giovana Bastos, 17 anos, do Rio. O atleta recebe auxilio do programa Bolsa-Atleta e da Prefeitura de Piraí, que custeia suas despesas e dos atletas da cidade. “Sem esse apoio seria impossível continuar”, afirma. Para Bruno, a ginástica de trampolim esta evoluindo. “Por não ser tão conhecida está crescendo bastante. Nosso intuito é fazer crescer o esporte na região e assim despertar o interesse em outros atletas”, conta. De acordo com o atleta, incentivos ao esportes são essenciais. “Projetos como esse da cidade de Piraí são inovadores. É bom saber que outras cidades já estão seguindo esse exemplo”, avalia. A treinadora do atleta, Shirley Arantes, lamenta que Bruno não participe do Pan e afirma o potencial do atleta. “O Bruno é um fenômeno. Infelizmente não conseguiu se classificar para o Pan do Rio, mas novas oportunidades virão e Bruno vai poder mostrar seu potencial”, salienta.
